Soberania – Uma mitopoese.

Saudações leitores!!

Após uma pausa forçada, voltemos a programação normal. As semanas para Brighid continuarão, após o fim de semana.

Por enquanto, para reflexão, visto nosso dever cívico no domingo fica esta mitopoese, já escrita há algum tempo, e com alguns ajustes atuais. Boa Leitura.

Linearmente séculos separam esses eventos, no entanto mágica e ancestralmente um oceano une duas nações.

No jovem País a oeste da terra sagrada, há uma Rainha/Rei maculada (o) e sem honra, que governa ladeada por homens e mulheres de conselho e astucia que são seus pares ou pior em vilania e descaso….

…Enquanto isso na velha ilha, a vista é de completa desolação, a terra massacrada , casas em chamas, os bosques sagrados cortados, as árvores sangram como os corpos dos guerreiros caídos sob suas raízes. Os corvos se banqueteiam. – O tributo da Deusa – Reflete o Fílid, enquanto sobe ao cume; a visão da colina dos Reis em nada lhe agrada, o Rei – Ard Ri de Eire está mortalmente ferido.

No outro lado do mundo, milhares de séculos depois vemos o como é  irônico como esta terra , que bem poderia ter sido o paraíso de nossos ancestrais, onde há abundância de víveres, onde tudo que se planta dá. Exista tão miserável situação, o onde o povo lubridiado por estratagemas e a falsa sensação de crescimento, tem a ilusão da ausência de fome, veem através de truques a fartura – que abastece apenas a mesa de poucos. A fome não é apenas de comida, é de justiça, é de saber. E não são, poucos os que bradam por justiça…embora não há nenhum levante…não existe mais Heróis….. Aquela que aqui governa, conhecedora da força das letras tornou o conhecimento constantemente negado ou diminuído, embora  seja ocultado por alguns poucos bravos que o protegem , guardam e transmitem o saber a alguns  libertos da ilusão….

O Fílid se posiciona de fronte a pedra do Destino, ansioso e temeroso, pois sabe que o preço da Magia é o preço de si mesmo,a dúvida passa e ele sorri logo estará com seus ancestrais celebrando  em Hy Brasil, se põem a cantar;  Enaltece os heróis tombados, a batalha momentaneamente perdida e a glória de ouro, da outrora chamada era dos Dannan – Entoa um lamento tão profundo e sentido que as Banshes vem lhe acompanhar e tão perturbadora é a melodia que desperta a outros do entorpecimento da derrota da batalha, que logo engrossam o coro.

Algo peculiar ocorre nas terras a oeste…os guardiões ocultos do saber, acordam sobressaltados , por sonhos luminosos onde pássaros dançam e o vento canta, e o povo é livre novamente, haviam retomado sua coragem, e era hora de se pronunciarem  – Imbuídos de novo ânimo e coragem seguem a planagem alta , onde fica a (o) governante….

O canto daqueles que sobreviveram a batalha faz verter água da pedra do rei, o pranto soberano cobre a planície, lavando, levando toda desolação em direção ao mar. O Bardo sem cessar a canção, muda o tom, acelera o ritmo, junta-se um tambor, a colina estremece.  No lugar em que se vê a pedra um corvo se transforma em linda mulher, que com sua arte faz a terra abrir-se e de dentro dela retira intacto, o corpo outrora ultrajado do Rei;  Nesse ato é tal,  a força empregada pela Deusa, que se agitam as águas que circundam a ilha, formando ondas cada vez mais altas, tirando os barcos de suas rotas, fazendo com que os mundos soubessem….

Antes porém de alcançarem seu destino, os guardiões são interpelados por centenas de pessoas que os procuram, buscando compreender um fenômeno sem precedentes…uma onda de proporções estrondosas, um verdadeiro tsunami, abatera-se sobre a planície, levando , conselheiros, castelo e a(o) governante embora.

Então eles compreendem e contam a boa nova:

E então o Bardo, antes de entregar a sua alma a Deusa, vê:

Soberania ressurgia.

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